terça-feira, 22 de novembro de 2016

Ameaças à Biodiversidade

Segundo o Millennium Ecosystem Assessment, a mudança dos padrões, a nível global, da biodiversidade e serviços ecossistémicos está relacionada:
Indiretamente - aspectos demográficos, económicos, socio-políticos, culturais/religiosos e científicos/tecnológicos.
Diretamente - alteração de habitats, alterações climáticas, introdução de espécies exóticas, sobre-exploração de espécies e poluição.

Mas, e quando a maldade humana também é promotor direto da perda de biodiversidade?...
Na ilha de Bornéu, na Ásia, uma organização de resgate animal conseguiu resgatar um orangotango bébé preso numa cozinha há mais de seis meses. O animal estava a ser mantido como animal de estimação. Sendo uma espécie ameaçada, o orangotando-de-bornéu não pode, por lei, ser mantido como animal de estimação. No entanto, indiferentes a esta probição os “donos de Bonika”, mantinham o animal bébé preso com uma corrente a uma tábua de madeira, no interior da cozinha da família.


Bonika, está agora de quarentena no International Animal Rescur Orangutan Center para despitar possíveis doenças. Após este período, começará um processo de reabilitação para que logo que possível volte para o seu habitat natural.
Com elevado risco de extinção, o orangotango-de-bornéu está classificado como espécie ameaçada pela União Internacional para a Conservação da Natureza. (GreenSavers 21/11/2016)
Os primatas são de uma enorme importância na saúde dos ecossistemas. São os responsáveis pela reprodução de uma série de plantas e animais devido à dispersão de sementes de frutas e plantas por eles consumidas. Segundo algumas organizações não governamentais tais como a “Care for the wild” e a “Prowildlife”, o consumo de carne de primatas leva à caça de 5,4 milhões por ano só na Amazónia Brasileira.
Presentemente, a caça aos primatas supera a destruição dos habitas, na ameaça à sua extinção.


Referências Bibliográficas
ARAGÃO, M.J. (2011). Biodiversidade e Sustentabilidade da Vida. Media XXI. Odivelas.
Millennium Ecosystem Assessment (2005). Causes of biodiversity change. Ecosystems and Human Well-being: Biodiversity Synthesis. World Resources Institute, Washington, D.C.

Fotografia: International Animal Rescue Orangutan Center

2 comentários:

  1. Nem sei comentar! Provavelmente o bebé orangotango até era bem tratado, segundo os padrões humanos mas um orangotango não é um humano...
    Rute M.

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  2. M João, Rute
    É um caso interessante sobre o qual refletir.
    O mesmo se pode dizer sobre os animais exóticos, em estado de conservação ameaçada no mundo natural, que são comercializados (ilegalmente) para que indivíduos noutra parte do mundo disfrutem da sua companhia/ presença (ilegal). Quem os tem, atribui-lhes um valor elevado !!! ... mas a falta de conhecimento (ou a desvalorização) (i) do seu estado de conservação e/ou (ii) das consequências desse comércio ilegal podem ser desastrosas para a existência futura dessas espécies.
    Quem trabalha na conservação de uma entidade biológica concreta (espécie, género, família, comunidade ecossistema, etc.) deve ter sempre presente a rede de “stakeholders” associados a esse entidade biológica, bem como os interesses de cada um desses grupos, e o efeito conjunto sobre a conservação desse entidade biológica. O facto é que não é possível conservarmos tudo, por mais que o valorizemos.
    Há que fazer escolhas. Difícil de encarar no início, mas é um facto. Para fazer escolhas é necessário conhecer objetivamente (o quanto possível … e não esqueçam que o conhecimento biológico está em constante mudança, como é caraterístico de qq ciência), mas também conhecer a envolvente de interessados/”stakeholders” (e os valores ou desvalores que lhe associam). Vejam por ex. a conservação de natureza em espaços como o Parque Natural (e os problemas que sempre estiveram presentes na definição das áreas e do que nelas se pode/não pode) fazer. Vejam o estabelecimento de áreas de conservação marinhas como a Reserva Marinha do Arquipélago das Berlengas ou o Parque marinho Prof Luiz Saldanha, na Arrábida.
    PBN

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