Ameaças à Biodiversidade
A manutenção de ecossistemas saudáveis são
fundamentais à vida e às atividades humanas. Os bens e serviços que oferecem
são essenciais tanto para a manutenção do bem-estar do Homem como para o
desenvolvimento económico e social futuro (Sala et al, 2000, MEA, 2005,
Groombridge e Jenkins, 2002 citados por Proença e Araújo, 2009, Comissão
Europeia, 2009).
Os bens produzidos pelos ecossistemas incluem
os alimentos, água, combustíveis e madeira, enquanto que os serviços
ecossistémicos abrangem o fornecimento de água e purificação do ar, a
reciclagem natural de resíduos, a formação do solo e a polinização. Ainda nos
serviços ecossistémicos estão incluídos os mecanismos que a natureza utiliza
para controlar as condições climatéricas, as populações de animais, insectos e
outros organismos (Jesus e Sampaio, 2007). A biodiversidade ainda proporciona
serviços de educação, cultura e lazer na natureza, bem como a apreciação
estética dos ecossistemas e das suas componentes (Avelar, sd ).
Palácio
de Monserrate – Sintra (fotografia da minha autoria)
No entanto, são as atividades humanas que
estão a destruir a biodiversidade a um nível global e a alterar a capacidade
dos ecossistemas para produzirem esta enorme gama de bens e serviços (Sala et
al, 2000, MEA, 2005, Groombridge e Jenkins, 2002 citados por Proença e Araújo,
2009, Comissão Europeia, 2009).
O Millennium Ecosystem Assessment (MEA)
define promotor de alterações à biodiversidade como “qualquer factor natural ou
antropogénico que direta ou indiretamente cause uma alteração num ecossistema”
(Domingos et al, 2009).
Promotores das alterações à biodiversidade em Portugal
Continental
Das forças motrizes diretas contamos com:
-as alterações ao uso do solo;
-a sobreexploração de recursos;
-o aumento da rede viária;
-a poluição;
-o efeito das alterações climáticas.
Das forças motrizes indiretas, ou seja,
aquelas que não afetam diretamente os ecossistemas mas que têm efeito sobre as
forças motrizes diretas, temos:
-a influência das políticas e directivas
comunitárias, tanto a nível ambiental como a nível económico e social;
-a Política Agrícola Comum (PAC);
-os fatores demográficos;
-a conjuntura económica no país.
De notar que, em Portugal Continental, o
estado atual dos ecossistemas resulta de um longo processo de alteração,
perturbação e destruição dos habitats naturais. A floresta original, dominada
por espécies de Quercus e Betula foi lentamente destruída, como consequência da
preparação das terras para pastos e cultivos. A partir do séc.XX, após vários
programas de reflorestação à escala nacional, a floresta voltou a ocupar
grandes áreas de solo. No entanto, a floresta atual é muito diferente da
original, provocando a framentação de habitats (Araújo e Proença, 2009).
Esta perda de serviços ecossistémicos, como
consequência da perda de biodiversidade, irá exigir alternativas dispendiosas
(MEA, 2005). Igualmente importante, é a herança natural que a biodiversidade
representa e portanto é obrigação moral de todos nós saber geri-la de modo
sustentável, para que a possamos transmitir às gerações futuras.
Referências
Bibliográficas
ARAÚJO, Miguel, PROENÇA, Vânia (2009). Biodiversidade.
AVELAR, David et al (sd). Estudo do efeito das alterações climáticas
no Município de Sintra. Projeto SIAM. Lisboa.
Comissão Europeia (2009). Bens e Serviços Ecossistémicos.
DOMINGOS, Tiago et al (2009). Promotores de alterações nos Ecossistemas.
JESUS, Ana Clara, SAMPAIO, Isabel (2007). Fundamentos de Educação Ambiental.
Faculdade de Tecnologia e Ciências.
Millennium Ecosystem
Assessment (2005). Causes of biodiversity
change. Ecosystems and human well-being: Biodiversity Synthesis. World
Resources Institute. Washington DC.
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