terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Conceito e valores da geodiversidade
Fala-se muito da biodiversidade, mas só agora se toma consciência de uma das suas bases – a geodiversidade.
De facto, a geodiversidade é a componente abiótica dos ecossistemas e é essencial para a manutenção da biodiversidade.
De acordo com a Royal Society for Nature Conservation do Reino Unido a Geodiversidade “consiste na variedade de ambientes geológicos, fenómenos e processos ativos que dão origem a paisagens, rochas, minerais, fósseis, solos e outros depósitos superficiais que são o suporte para a vida na Terra”(Brilha,).

Os valores da geodiversidade podem ser agrupados do seguinte modo (Gray 2004 citado por Brilha):
-valor intrínseco, refere-se ao valor da geodiversidade por si mesmo, independentemente da sua utilidade para o Homem ou para outros seres vivos.
-valor cultural, estando relacionado com aspectos culturais que surgiram na dependência das características geológicas atuais.
-valor estético, porque todas as paisagens têm um valor estético. É a geodiversidade que modela as paisagens, originando formações de grande beleza.
Os valores estéticos e culturais poderão ser interdependentes em algumas paisagens, como é o caso da Paisagem Cultural Evolutiva e Viva do Alto Douro Vinhateiro.



Fig. 1 – Alto Douro Vinhateiro (fonte: Google images)

-valor económico, talvez o valor mais objectivo e compreensível, dado que o Homem esteve sempre habituado a atribuir um valor económico a bens e serviços. Os recursos geológicos podem ser agrupados em metálicos (de onde extraem os elementos metálicos, como o ferro, o magnésio, o zinco); os não metálicos (usados na indústria química, como os fertilizantes, as águas minerais) e os energéticos (usados como fonte de energia, como por exemplo os combustíveis fósseis e o urânio).
-valor funcional, é um conceito que normalmente não é aplicável à Conservação da Natureza. O valor funcional da geodiversidade pode ser encarado como o valor da geodiversidade in situ e enquanto suporte para a vida,.
-valor científico e educativo, é um conceito abrangente e importante tanto para a investigação científica (por exemplo, a existência de fósseis em estratos rochosos que permitem a datação da formação rochosa) como para a educação no domínio das Ciências Naturais (por exemplo a observação de formações rochosas em saídas de campo).

Referências Bibliográficas

BRILHA, José (2005). Património Geológico e Geoconservação: a conservação da natureza na sua vertente Geológica. Palimage Editores. Braga.

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