Conceito e valores da geodiversidade
Fala-se muito da biodiversidade, mas só agora
se toma consciência de uma das suas bases – a geodiversidade.
De facto, a geodiversidade é a componente
abiótica dos ecossistemas e é essencial para a manutenção da biodiversidade.
De acordo com a Royal Society for Nature Conservation do Reino Unido a
Geodiversidade “consiste na variedade de
ambientes geológicos, fenómenos e processos ativos que dão origem a paisagens,
rochas, minerais, fósseis, solos e outros depósitos superficiais que são o
suporte para a vida na Terra”(Brilha,).
Os valores da geodiversidade podem ser
agrupados do seguinte modo (Gray 2004 citado por Brilha):
-valor
intrínseco, refere-se ao valor da geodiversidade por si mesmo,
independentemente da sua utilidade para o Homem ou para outros seres vivos.
-valor
cultural, estando relacionado com aspectos culturais que surgiram
na dependência das características geológicas atuais.
-valor
estético, porque todas as paisagens têm um valor estético. É a geodiversidade
que modela as paisagens, originando formações de grande beleza.
Os valores estéticos e culturais poderão ser
interdependentes em algumas paisagens, como é o caso da Paisagem Cultural
Evolutiva e Viva do Alto Douro Vinhateiro.
Fig. 1 – Alto Douro Vinhateiro (fonte: Google
images)
-valor
económico, talvez o valor mais objectivo e compreensível, dado que
o Homem esteve sempre habituado a atribuir um valor económico a bens e serviços.
Os recursos geológicos podem ser agrupados em metálicos (de onde extraem os
elementos metálicos, como o ferro, o magnésio, o zinco); os não metálicos
(usados na indústria química, como os fertilizantes, as águas minerais) e os
energéticos (usados como fonte de energia, como por exemplo os combustíveis
fósseis e o urânio).
-valor
funcional, é um conceito que normalmente não é aplicável à
Conservação da Natureza. O valor funcional da geodiversidade pode ser encarado
como o valor da geodiversidade in situ
e enquanto suporte para a vida,.
-valor
científico e educativo, é um conceito abrangente e importante
tanto para a investigação científica (por exemplo, a existência de fósseis em
estratos rochosos que permitem a datação da formação rochosa) como para a
educação no domínio das Ciências Naturais (por exemplo a observação de
formações rochosas em saídas de campo).
Referências
Bibliográficas
BRILHA, José (2005). Património Geológico e
Geoconservação: a conservação da natureza na sua vertente Geológica. Palimage
Editores. Braga.
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